Ritchie entrega um clímax competente, marca registrada do diretor que se repete aqui. A montagem costura linhas do tempo diferentes para culminar em um grande evento que une todas elas, resultando em uma longa, sangrenta e bem elaborada sequência de ação. Já o desfecho acertadamente remete a westerns, inclusive pela presença de um ator específico, adicionando significado às motivações de Harry. Como nos faroestes, às vezes, os motivos pessoais transcendem o financeiro. Há sensações que o dinheiro não paga, como a vingança. Com exageros visuais, humor ácido e ritmo intenso são substituídos por um longa com atmosfera sombria e uma ação mais direta. Não fosse o segundo ato deslocado, a obra certamente entraria na lista de melhores do diretor, ainda que funcione. Aqui, é a mensagem sobre dinheiro que se assemelha aos demais trabalhos de Ritchie, mostrando como as consequências de um mundo ganancioso, em que capital vale mais do que vidas, acaba gerando um ciclo de violência em que todos são atingidos. Super recomendo